quarta-feira, 23 de julho de 2014

BAHIA ALCANÇA 93,70% NA VACINAÇÃO CONTRA A FEBRE AFTOSA

A Bahia registrou índice acima dos 90% exigidos pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) para estados livres de febre aftosa com vacinação. Com 93,70% do rebanho vacinado contra a doença, a Secretaria da Agricultura, por meio da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), comemora o alto percentual conquistado pelos criadores baianos. 

Segundo o secretário da Agricultura, Jairo Carneiro, os dados divulgados nesta terça-feira (22) reforçam a responsabilidade do criador e o compromisso do Governo da Bahia em fortalecer a pecuária, garantindo a sanidade das 10.820.791 cabeças existentes no estado. Na campanha de maio do ano passado, no auge da seca, o índice ficou em 91,15%.

Os destaques desta campanha são os criadores das coordenadorias de Itapetinga com o índice de 97,63%, Irecê (97,30%) e Teixeira de Freitas (96,38%). Na área da coordenadoria de Teixeira, ficam os três maiores rebanhos baianos - Itamaraju com 185.101, Guaratinga (164.747) e Itanhém (162.493 cabeças).

Estabilidade sanitária
Em relação à primeira etapa de maio de 2013, em que foi alcançado o índice de 91,15%, os dados indicam a recuperação referente ao mesmo período na vacinação e declaração de bovinos. Para o diretor geral da Adab, Paulo Emílio Torres, mais do que índices, esta etapa da campanha sinaliza a estabilidade sanitária baiana, referenciada nacionalmente, e o esforço dos criadores para tornar o negócio pecuário igualitário. 

“A Bahia decidiu pela modernização da pecuária. Os resultados de excelência para a erradicação da aftosa atestam não apenas o comprometimento dos pecuaristas, mas também a vontade da Seagri/Adab em inserir os requisitos de defesa sanitária animal, com o objetivo de unificar o comércio e a produção pecuária no estado”, enfatiza Torres.

João Martins, presidente da Federação da Agricultura do Estado da Bahia (Faeb), instituição fundamental para o alcance das metas atuais do setor, entende as atividades de defesa agropecuária como base para inserção do setor nos mercados mundiais, impulsionando a atividade e garantindo a sanidade do rebanho. “Este resultado é uma vitória do criador, das entidades ligadas ao setor e da Agência de Defesa Agropecuária na Bahia”, afirma Martins, que também preside a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

De acordo com o secretário Jairo Carneiro, “estamos vivendo um momento histórico com a extinção da zona de proteção (ex-zona tampão) para aftosa e, consequentemente, de mudança dos rumos da pecuária na Bahia. Hoje temos nova mentalidade do negócio pecuário, e os sucessivos resultados positivos demonstram a responsabilidade das iniciativas públicas e privadas neste processo”.

Declaração do rebanho
A cada declaração, o criador contribui para quantificar a população de outras espécies de animais, a exemplo dos caprinos e ovinos. O diretor de Defesa Animal da Adab, Rui Leal, enfatiza que “no momento da declaração o criador precisa informar os bovídeos vacinados e os outros animais existentes. Por isso, a declaração do rebanho vacinado está cada vez mais completa, possibilitando que, em cada etapa, a Adab saiba a quantidade e distribuição do número desses animais no estado”. 

Com rebanho de 1.826.346 caprinos e 2.357.794 ovinos, a Bahia se destaca em 1º e 2º lugar no ranking nacional de população de caprinos e ovinos, respectivamente, conforme os dados da agência baseados no sistema informatizado e de confiabilidade.

O próximo compromisso dos produtores será em novembro deste ano, quando apenas os bovinos e bubalinos, com idade até 24 meses, deverão ser vacinados. Essa é a faixa etária mais susceptível ao vírus da febre aftosa. Por isso é necessário o esforço máximo dos produtores para alcançar altos índices de vacinação nos animais jovens, inclusive nos bezerros recém-nascidos.

Extinta zona de proteção
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) comemora o alto índice de vacinação na Bahia, mas ressalta a importância da extinção da zona de proteção para a febre aftosa diante da evolução dos estados do nordeste e norte do Pará para o mesmo status de Livre de Febre Aftosa com Vacinação. 

Para o superintendente substituto do Mapa na Bahia (SFA-BA), Paulo Reis, representando oficialmente Virgínia Hagge, “o Mapa e o Governo de Estado estão cada vez mais unidos na luta contra a enfermidade de maior importância para a economia mundial, garantindo a manutenção de sua Certificação Internacional de Zona Livre de Febre Aftosa com Vacinação”. 

Mais de dez mil criadores dos municípios de Casa Nova, Remanso, Campo Alegre de Lourdes, Pilão Arcado, Buritirama, Mansidão, Santa Rita de Cássia e Formosa do Rio Preto também comemoram o recente fim da zona de proteção, que substituiu a zona tampão extinta em 2010. 

Os pouco mais de dez mil criadores da região passam a integrar a comercialização e o trânsito de animais em todo o estado com o rebanho de aproximadamente 230.000 cabeças. A restrição do trânsito para bovinos, bubalinos, ovinos e caprinos não existe mais, ficando limitada à circulação de suínos porque alguns estados do Norte e do Nordeste ainda não são considerados livres da peste suína clássica.

Histórico
O último foco de febre aftosa na Bahia ocorreu em 1997 no município de Jussari. Desde então, as ações de defesa sanitária foram fortalecidas para impedir a reintrodução do vírus no território baiano. Em 2010, a extinção da zona tampão e a criação da zona de proteção livre de febre aftosa com vacinação foram pactuadas entre os governos da Bahia, Piauí e Ministério da Agricultura, por meio de ações de defesa sanitária.

As medidas incluiram vigilância ativa nas propriedades, monitoramento via satélite, georreferenciamento das fazendas no Sistema de Defesa Agropecuária, emissão da Guia de Trânsito Animal eletrônica, vacinação assistida em áreas consideradas de risco, educação sanitária, entre outras medidas. 

O objetivo era delimitar uma área de divisa com status sanitário diferenciado, reconhecida como livre de febre aftosa com vacinação de uma área não livre, e coibir e fiscalizar o trânsito de animais e de produtos de origem animal provenientes dessas áreas.

Em 2013, a Adab conquistou a igualdade na estratégia vacinal, para os municípios desta zona, na segunda etapa (novembro), passando a vacinar apenas os bovídeos com idade até 24 meses, beneficiando economicamente os produtores da região. Em 2014, com a recente publicação da Instrução Normativa Nº 16 de 2014, do Mapa, foi extinta a zona de proteção para febre aftosa na Bahia.

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