.jpg)
A Fenagri, maior feira de fruticultura irrigada da América Latina, vai até o próximo domingo (19) e terá a presença do presidente da Codevasf, Elmo Vaz, na solenidade oficial de abertura, que ocorre na noite desta quarta-feira (15). O evento acontece simultaneamente à 7ª Exposição de Caprinos e Ovinos do Vale do São Francisco (Expovale), no campus da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), em Juazeiro (BA).
A busca por novas opções de cultivo motivou o desenvolvimento do projeto “Introdução e Avaliação de Cultivos Alternativos para as Áreas Irrigadas do Semiárido Brasileiro”. O objetivo é encontrar soluções que viabilizem a diversificação de culturas nos perímetros irrigados do Vale do São Francisco, no intuito de atender às necessidades dos produtores e de garantir sustentabilidade à agricultura irrigada. Trata-se também de uma estratégia de mercado que poderá viabilizar a oferta de diversos produtos em diferentes épocas do ano. Para 2013, a previsão de investimentos no projeto é de R$ 357,1 mil, por meio de cooperação técnica entre a Codevasf e a Embrapa.
Desde 2005 vêm sendo implantados e mantidos experimentos com culturas típicas de clima temperado e tropical úmido nos perímetros irrigados Senador Nilo Coelho e Bebedouro, em Petrolina (PE). São 12 diferentes cultivos, e os plantios são feitos nas estações experimentais da Embrapa e em áreas de produtores que manifestam interesse em participar das pesquisas.
O engenheiro agrônomo da Codevasf em Pernambuco Osnan Ferreira, que também é fiscal desse projeto na Companhia, explica que atualmente há 15 produtores dos perímetros de irrigação envolvidos nos experimentos com novas culturas. “O projeto está em pleno andamento. A Embrapa está trabalhando na validação das culturas de maçã, pera e caqui. Em seguida, irá disponibilizar a tecnologia para os demais produtores”, afirma. Ele ressalta a importância dessas pesquisas na diversificação de culturas. “O Vale do São Francisco passa por um momento de transição e essas novas opções de cultivo poderão ser disponibilizadas para os produtores”, diz.
Também apoiam o projeto de diversificação de culturas a Valexport, a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), a UNESP/Jaboticabal e o Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR).
Resultados promissores
Os resultados obtidos com as culturas da macieira, pereira e caquizeiro, por exemplo, têm demonstrado a possibilidade de produção das frutas no Vale do São Francisco. Foram colhidas safras de macieira em 2011 e 2012, com produtividade de entre 10 e 22 toneladas por hectare; as cultivares Princesa e Julieta foram as que apresentaram melhores produções e qualidade de frutos, com resultados superiores às expectativas. Com base nesses resultados, pretende-se acompanhar por mais três anos o comportamento das plantas nos pomares. A ideia é também instalar um novo pomar experimental com essas variedades para avaliação dos custos de produção e da viabilidade econômica da cultura. No próximo mês de junho, será induzida a floração nos pomares experimentais, para colheira, em setembro deste ano, da terceira safra de maçãs.
A cultura da pereira também apresentou potencial de produção, apesar de ainda não ter entrado na fase comercial, que se inicia a partir do terceiro ano. Segundo Osnan Ferreira, tem-se observado uma excelente floração e frutificação nas plantas. Os resultados das pesquisas apontam para um potencial de produção de mais de 60 toneladas da fruta por hectare no quarto ano de cultivo, com possibilidade de produção de duas safras por ano. “O mercado da pera no Brasil é muito favorável e pode-se afirmar que o potencial de consumo pode chegar a 300 mil toneladas ao ano, desde que se disponibilizem frutas de qualidade a preços competitivos”, diz o engenheiro agrônomo da Codevasf.
As pesquisas com o caqui indicaram a possibilidade de produção da fruta em qualquer época do ano. Técnicos envolvidos no trabalho, entretanto, consideram mais vantajoso produzi-la nos meses de agosto a janeiro, pois não existe oferta nacional da fruta nesse período, e o Vale do São Francisco poderia vir a ocupar a entressafra. Com base nos resultados obtidos nas pesquisas, muitos produtores já iniciaram plantios comerciais. As pesquisas apontam que a produção da fruta no Vale pode alcançar 15 toneladas por hectare no quarto ano de cultivo, ao passo que nas regiões Sul e Sudeste esse volume é obtido entre o sexto e oitavo ano.
“Somente com a realização de pesquisas será possível garantir a ampliação do agronegócio na região, possibilitando a sustentabilidade dos projetos de irrigação em fase de implantação e a atração de novos investimentos privados, gerando-se mais emprego e renda nesta região do Brasil”, avalia Osnan Ferreira
Fenagri / Expovale 2013
A proposta da Fenagri/Expovale 2013 é fortalecer as cadeias produtivas da agricultura irrigada e da caprinovinocultura, integrando o pequeno ao grande produtor por meio da realização de negócios, da transferência de tecnologias e da divulgação das potencialidades do agronegócio e da agricultura familiar do Vale do São Francisco.
No estande da Codevasf – empresa pública vinculada ao Ministério da integração Nacional (MI) – serão expostas frutas produzidas em perímetros da área de atuação da 6ª Superintendência Regional da Codevasf, em Juazeiro (BA) – Curaçá, Mandacaru, Maniçoba, Salitre e Tourão. Juntos, esses perímetros alcançaram R$ 313,8 milhões em valor bruto de produção (VPB) em 2012. Eles também produziram cerca de R$ 1,5 milhão de toneladas no ano passado, cerca de 15% a mais do que em 2011.
Mais de 350 empresas nacionais e internacionais participam do evento, que vai colocar frente a frente produtores, empresários, técnicos, pesquisadores, importadores, exportadores, instituições financeiras, de fomento e de pesquisas, transportadores, fabricantes e revendedores de máquinas, equipamentos, embalagens e insumos. Planejada para ocorrer em uma área de aproximadamente 10 mil metros quadrados no campus da Univasf e para receber público estimado em 60 mil pessoas, a feira apresenta uma programação bastante diversificada, com atividades desenvolvidas também no campus da Universidade do Estado da Bahia (Uneb).
Nenhum comentário:
Postar um comentário